terça-feira, 17 de novembro de 2015

Sobre o Câncer de Estômago


O câncer de estômago, também conhecido como câncer gástrico, é um câncer que se inicia no estômago.

O câncer de estômago se desenvolve lentamente ao longo de muitos anos. Antes do aparecimento do câncer propriamente dito, alterações pré-cancerosas ocorrem frequentemente no revestimento interno do estômago (mucosa). Estas alterações precoces raramente causam sintomas e, portanto, muitas vezes passam despercebidas.

Os cânceres que começam em diferentes partes do estômago podem causar sintomas diferentes e podem ter resultados diferentes. A localização do tumor também pode afetar as opções de tratamento, por exemplo, os tumores que se iniciam na junção gastroesofágica são estadiados e tratados da mesma forma que os cânceres de esôfago. Um tumor que começa na cárdia do estômago, mas depois acomete a junção gastroesofágica também é estadiado e tratado como câncer de esôfago. 

O câncer de estômago pode disseminar-se de diferentes maneiras. Pode crescer pela parede do estômago invadindo órgãos vizinhos, vasos linfáticos e linfonodos próximos. Os linfonodos são estruturas do tamanho de um feijão que atuam no combate às infecções. O estômago tem uma rede muito rica de vasos linfáticos e gânglios. A medida que o câncer de estômago se torna mais avançado, pode se disseminar pela corrente sanguínea, e atingir outros órgãos como o fígado, pulmões e ossos. Se o câncer se espalhou para os gânglios linfáticos ou outros órgãos, o prognóstico do paciente não é muito alentador. 

Tipos de Câncer de Estômago

Os diferentes tipos de câncer de estômago incluem:

  • Adenocarcinoma

Cerca de 90% a 95% das neoplasias de estômago são adenocarcinomas. O termo câncer de estômago ou câncer gástrico, quase sempre se refere ao adenocarcinoma. Esses cânceres se desenvolvem a partir das células que formam a camada mais interna do estômago (mucosa).

  • Linfoma

Os cânceres do sistema imunológico são encontrados na parede do estômago, e correspondem a cerca de 4% dos cânceres de estômago. O prognóstico e tratamento desse tipo de câncer de estômago dependem do tipo do linfoma.

  • Tumor Gastrointestinal

Os tumores gastrointestinais são raros e parecem se iniciar nas células da parede do estômago denominadas células intersticiais de Cajal. Alguns desses tumores são benignos e outros malignos. Embora estes tumores possam ser encontrados em qualquer parte do aparelho digestivo, a maioria ocorre no estômago.

  • Tumor Carcinoide

Esses tumores se originam nas células do estômago que produzem hormônios. A maioria desses tumores não se dissemina para outros órgãos. Cerca de 3% dos cânceres de estômago são tumores carcinoides.

Principais Dados Estatísticos sobre o Câncer de Estômago

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que em 2014 serão diagnosticados 20.390 novos casos de câncer de estômago (12.870 em homens e 7.520 em mulheres) no Brasil.

O câncer de estômago afeta principalmente as pessoas mais velhas. A idade média dos pacientes quando são diagnosticados é de 70 anos. Quase dois terços dos pacientes com câncer de estômago tem 65 anos ou mais. O risco médio de uma pessoa vir a desenvolver câncer de estômago em sua vida é cerca de 1 em 116. Este risco é um pouco maior nos homens do que nas mulheres. 

O câncer de estômago é muito mais comum nos países menos desenvolvidos. Até o final da década de 1930, o câncer de estômago foi a principal causa de morte por câncer. Atualmente o câncer de estômago está bem abaixo na lista. As razões para esta diminuição não são completamente conhecidas, mas podem estar ligadas a um aumento da utilização de sistemas de refrigeração para o armazenamento de alimentos. Isso permitiu a disponibilidade de mais frutas e vegetais frescos, diminuindo o uso de alimentos salgados e defumados. Alguns médicos acreditam que esse declínio também pode estar ligado ao uso frequente de antibióticos no tratamento de infecções. Os antibióticos podem destruir as bactérias como o  Helicobacter pylori (H. pylori), que acredita-se ser uma das principais causas do câncer de estômago.

Causas e Sintomas do Câncer de Estômago

Existem muitos fatores de risco conhecidos para o câncer de estômago, mas não se sabe exatamente como esses fatores induzem as células do revestimento do estômago a se tornarem cancerígenas.

Várias alterações que podem ocorrer no revestimento do estômago acredita-se que são pré-cancerígenas.

Na gastrite atrófica crônica, as glândulas normais do estômago estão diminuídas ou ausentes, além de apresentar certo grau de inflamação. A gastrite atrófica é geralmente causada pela infecção por H. pylori. Ela também pode ser causada por uma reação autoimune, onde o sistema imunológico de uma pessoa ataca as células que revestem o estômago. Algumas pessoas com esta condição desenvolverão anemia perniciosa ou outros problemas de estômago, incluindo o câncer. Mas, não se sabe exatamente como essa condição pode evoluir para a formação de uma neoplasia. 

Outra alteração pré-cancerígena possível é a metaplasia intestinal. Nesta condição, o revestimento normal do estômago é substituído por células que se assemelham às células que normalmente revestem o intestino. Pessoas com essa condição também têm gastrite atrófica crônica. Como e por que esta mudança ocorre e progride para o câncer de estômago não está clara. Também pode estar relacionada à infecção pelo H. pylori.

Pesquisas recentes mostram como alguns tipos de câncer de estômago se formam. Por exemplo, as bactérias H. pylori, especialmente determinados subtipos, podem converter substâncias de alguns alimentos em substâncias químicas que causam mutações e alterações no DNA das células do revestimento do estômago. Isso também pode explicar porque certos alimentos, como carnes processadas aumentam o risco para o câncer de estômago. Por outro lado, alguns dos alimentos que podem reduzir o risco de câncer de estômago, como frutas e vegetais, contêm antioxidantes que podem bloquear as substâncias que danificam o DNA de uma célula.

Nos últimos anos, os pesquisadores fizeram muitos progressos e tem um melhor entendimento de como algumas alterações no DNA podem tornar as células normais do estômago em cancerígenas. 

Alguns genes têm instruções para controlar o crescimento e a divisão das células. Os genes que promovem a divisão celular são chamados oncogenes. Os genes que retardam a divisão celular ou levam as células a morte no momento certo são denominados genes supressores de tumor. Os cânceres podem ser causados por alterações no DNA que se transformam em oncogenes ou desativam os genes supressores de tumor.

Mutações herdadas em alguns destes tipos de genes podem aumentar o risco de câncer de estômago em uma pessoa. Mas as mudanças genéticas hereditárias são responsáveis ​​por apenas uma pequena porcentagem dos casos de câncer de estômago.

A maioria das alterações genéticas que levam ao câncer de estômago ocorre após o nascimento. Algumas dessas alterações podem ser causadas por fatores de risco, como a infecção pelo H. pylori ou uso do tabaco. Mas, outras mutações genéticas podem ser apenas eventos aleatórios que às vezes acontecem no interior das células, sem ter uma causa externa evidente.

Perguntas para o Médico sobre o Câncer de Estômago

O diagnóstico do câncer cria muitas dúvidas e inseguranças. Anote sempre as suas e pergunte para seu médico. 

Algumas sugestões de perguntas a serem feitas:

  • Qual tipo de câncer de estômago eu tenho?
  • Em que parte do estômago o câncer está localizado?
  • Qual é o estadiamento da doença? O que isso significa?
  • Quais são as opções de tratamento disponíveis para meu caso?
  • O que você recomenda para o meu caso? Por quê?
  • Qual é o objetivo do tratamento?
  • Que tipo de cirurgia deve ser realizada?
  • Quais os possíveis efeitos colaterais desse tratamento?
  • Como enfrentarei os efeitos colaterais? 
  • Como o tratamento afetará minha rotina diária?
  • Quanto tempo vai durar o tratamento? O que isso acarreta? Onde será realizado?
  • Existem estudos clínicos que eu poderia participar agora?
  • Quais são as chances de recorrência de meu câncer?
  • Vou precisar de algum acompanhamento após o tratamento?

É muito importante perguntar e esclarecer todas suas dúvidas, a informação é um direito seu!


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