quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

A imagem pode conter: óculos de sol, oceano, atividades ao ar livre, água e natureza
Dermatologista alerta para cuidados com a pele durante o verão; entenda
Campanha nacional de prevenção à doença, conhecida como Dezembro Laranja, orienta sobre os cuidados com o sol durante a estação mais quente do ano.
Por Andressa Barboza, G1 Santos
26/12/2019 05h08 Atualizado há uma hora
Dezembro é o mês da campanha nacional dedicada à prevenção do câncer de pele e, com a chegada do verão, que teve início no último domingo (22), é preciso redobrar os cuidados durante a exposição ao sol. Em entrevista ao G1, a dermatologista Isabela Peron Melhado falou sobre como curtir os dias de praia, piscina e sol, sem prejudicar a pele.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o câncer de pele é o tipo da doença mais incidente no Brasil, com cerca de 180 mil novos casos por ano. Quando descoberto no início, ele tem mais de 90% de chances de cura.
Todo ano o tema da campanha é renovado e, em 2019, a SBD decidiu falar sobre os principais sinais do câncer de pele para o diagnóstico e tratamento precoce. Segundo a dermatologista, o câncer de pele pode se apresentar como uma ferida ou uma mancha e é preciso ficar atento.
"Pode ser uma ferida que não cicatriza, que coça, arde ou dói e, com relação às pintas, é preciso ficar atento àquelas com bordas irregulares, pintas que a pessoa nota que estão crescendo ou que têm cores diferentes", explica Isabela.
Pessoas com a pele mais clara estão mais suscetíveis a ter câncer de pele e, também, quem já tem histórico da doença na família. Aqueles que não têm fator de risco devem fazer um check-up com o dermatologista anualmente. Já os que tem, devem comparecer ao médico uma vez a cada seis meses.
"É preciso reforçar também que a exposição ao sol tem efeito cumulativo na pele. A exposição solar sem proteção e várias queimaduras solares de primeiro grau ao longo da vida podem causar câncer de pele."
Cuidados especiais em dias de sol forte são fundamentais para prevenir câncer de pele — Foto: Reprodução/TV TribunaComo prevenir?
Protetor solar é a palavra-chave para quem deseja se expor ao sol sem correr riscos. Isabela explica que o produto ideal é aquele que tem Fator de Proteção Solar (FPS) de 30 para cima e o protetor deve ser aplicado 30 minutos antes de se expor ao sol.
"Muita gente esquece, mas é preciso reaplicar o protetor a cada duas horas ou, também, se houver transpiração excessiva. Se entrar no mar, o ideal é se secar e aplicar novamente logo em seguida."
Outra medida preventiva, além do protetor, é usar sempre óculos de sol com proteção ultravioleta, indicado também para evitar a catarata, além de usar roupas com tecidos de algodão ou aqueles que já vem com proteção solar. O uso de chapéus e bonés também ajuda na prevenção.
"O uso do guarda-sol é essencial. Alguns são feitos com tecido que já possuem fator de proteção adicional mas, se não houver, o melhor é a base de algodão ou de lona e, de preferência, evitar se expor ao sol no período de maior radiação, entre 10h e 16h."
Há ainda quem esqueça dos lábios, mas protegê-los também é muito importante. A dermatologista apontou que a parte inferior do lábio é uma região com alta incidência de câncer de pele.
"As pessoas esquecem de passar protetor labial, mas a boca também precisa ser protegida. No mercado há diversas marcas de batom com FPS. Couro cabeludo, orelha, nuca e dorso da mão também são áreas que pegam bastante sol e não podem ser esquecidas", finaliza.
A campanha Dezembro Laranja, foi criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia com o objetivo de prevenir o câncer de pele, que é o tumor de maior incidência no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), até o final de 2016, estima-se em média 181 mil novos casos, sendo que, deste total, 5.670 mil correspondem a novos casos de melanoma. A exposição solar excessiva, sem proteção, pode provocar alterações celulares, levando ao desenvolvimento de câncer de pele. Pessoas de pele clara, com pintas e manchas, idosos, quem se expôs muito ao sol e quem tem histórico de câncer de pele na família estão mais propensos a desenvolver a doença. Os cânceres de pele podem ser divididos em melanoma e não melanoma, e os mais frequentes são o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular, menos agressivos, mas que podem causar lesões funcionais e estéticas.
O carcinoma basocelular, mais frequente na população brasileira, costuma apresentar áreas com protuberância, com borda mais elevada e cor mais avermelhada, com pequenos vasos de sangue. Já o carcinoma espinocelular, segundo mais frequente, porém, mais agressivo que o basocelular, tem como característica sinais com aparência endurecida, uma úlcera que lembra um machucado, que não cicatriza. O cirurgião oncológico, especializado em câncer de pele, do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Eduardo Bertolli, informa que as regiões mais comuns para o aparecimento dos dois tipos de carcinoma são as áreas mais expostas ao sol, como rosto, cabeça, pescoço, nariz, lábios e dorso das mãos. De acordo com o médico, o tratamento destes dois tipos de câncer de pele é cirúrgico, na maioria das vezes.
Já o melanoma cutâneo, que tem incidência mais baixa do que os carcinomas, mas de maior gravidade, ainda esse ano, pode chegar a registrar 3 mil casos em homens e 2.670 mil casos em mulheres. O melanoma cutâneo normalmente acomete os mais jovens, entre 30 a 40 anos, surgindo por meio de uma pinta ou um sinal em tons acastanhados, que com o tempo altera de cor e tamanho, podendo até sangrar. Em um estágio mais grave, o tumor pode gerar metástase nos órgãos e gânglios. Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura dos melanomas é alta, podendo chegar a mais de 90%.
O bronzeamento artificial também oferece alto risco de desenvolvimento de câncer de pele, mais do que a exposição aos raios solares. Isso ocorre porque elas emitem altos níveis de UVA, a radiação ultravioleta, de maior risco para o câncer de pele. Porém, desde 2009, quando foram consideradas cancerígenas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), as câmaras de bronzeamento foram proibidas no Brasil, único país a ter essa iniciativa e por isso referência no combate ao câncer de pele.
Como se prevenir
Procurar evitar a exposição excessiva à radiação solar, composta pelos raios UVB (responsável pela queimadura avermelhada da pele) e UVA (ultravioleta), principalmente entre 10h e 16h, é uma das recomendações. A radiação UVA penetra profundamente na pele e é a principal responsável pelo câncer da pele. Sua intensidade varia pouco ao longo do dia, sendo intensa não somente em dias de sol, mas também com o céu nublado, por isso é fundamental utilizar protetor solar diariamente. Quem tem tatuagem deve redobrar os cuidados, pois as tintas escuras usadas nas imagens podem encobrir possíveis lesões precursoras do câncer de pele. O melanoma, por exemplo, possui uma alteração celular com muito pigmento, assim como as tatuagens, dificultando a análise da estrutura celular durante os exames patológicos.
Adotar medidas simples de proteção como o uso de filtro solar, boné, chapéu, além do cuidado com o excesso de exposição solar, não excluí a importância do acompanhamento anual e periódico com um dermatologista.  “A consulta com um dermatologista é essencial para o monitoramento de manchas, pintas e sinais que podem identificar o câncer de pele. Existem regiões do corpo em que a pessoa sozinha não consegue visualizar”

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

A campanha Dezembro Laranja alerta para o câncer de pele, que é comum no Brasil, mas ainda recebe pouca atenção
Está chegando mais um Dezembro Laranja, campanha do câncer de pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). No ano de 2019, além de conscientizar a população sobre a prevenção desde a infância, a iniciativa tem como objetivo principal alertar sobre os sinais do câncer de pele para diagnóstico e tratamento precoces. Assim, aumentando as chances de cura na grande maioria dos casos.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), anualmente, são diagnosticados 180 mil casos novos da doença. Isso significa que um em cada quatro casos novos de câncer no Brasil, é de pele.
“Temos um problema de saúde pública e a SBD transformou esse problema numa ampla campanha de combate ao câncer da pele por meio do Dezembro Laranja, mês de conscientização sobre a doença, explica o Presidente da Instituição, Dr. Sergio Palma.
De acordo com Palma, “reduzir as estatísticas de incidência e mortalidade de câncer da pele é uma meta alcançável e a Sociedade Brasileira de Dermatologia está comprometida com essa causa”.

Dezembro laranja: câncer de pele no Brasil

Segundo o dermatologista Elimar Gomes, Coordenador Nacional do Dezembro Laranja, “quase 90% dos casos existentes são de carcinomas. Esses tumores têm letalidade baixa, mas provocam cerca de 1.900 óbitos a cada ano no nosso País. Menos comum, o câncer melanoma é o tipo mais agressivo e, por este motivo, causa mais de 1.700 óbitos anualmente. Nós conhecemos a origem da doença e sabemos que é possível preveni-la, por este motivo a conscientização pública é uma das formas de reduzir o número de casos”, conclui o médico.
Em 2019, no dia 07 de dezembro, cerca de quatro mil médicos dermatologistas e voluntários prestarão atendimento gratuito para diagnóstico do câncer de pele. As consultas serão realizadas em cerca de 130 postos espalhados pelo Brasil.
Acesse e veja o posto mais próximo de você: http://www.sbd.org.br/dezembroLaranja/exame-preventivo-gratuito/
Para saber mais sobre a campanha, acesse: www.dezembrolaranja.com.br
Foto: Shutterstock
Fonte: SBD