Câncer Renal
O câncer de rim representa cerca de 2 a 3% dos cânceres em adultos, afetando cerca de 50% mais homens do que mulheres. Cerca de 73.820 pessoas desenvolvem câncer renal a cada ano e cerca de 14.770 morrem em decorrência dele (estimativas de 2019). Os fumantes têm cerca do dobro de probabilidades de desenvolver câncer de rim em comparação aos não fumantes. Outros fatores de risco incluem exposição a substâncias químicas tóxicas (por exemplo, amianto, cádmio, curtimento de couro e produtos derivados de petróleo) e obesidade. As pessoas que fazem diálise e desenvolvem doença renal cística e aquelas com certos distúrbios hereditários também têm maior risco de câncer de rim. As pessoas afetadas pertencem geralmente à faixa etária dos 50 aos 70 anos.
A maior parte dos tumores sólidos do rim é cancerosa, mas geralmente os que contêm líquido (cistos) não o são. Quase todos os cânceres de rim são carcinomas de células renais. Outro tipo de câncer de rim, tumor de Wilms, ocorre mais frequentemente em crianças.
Sintomas
Os sintomas podem não ocorrer até que o câncer tenha se propagado (criado metástases) ou se tornado muito grande. A presença de sangue na urina é o primeiro sintoma mais frequente, mas numa quantidade tão pequena que só é detectável quando observado ao microscópio. Por outro lado, a urina pode apresentar-se visivelmente vermelha. Os próximos sintomas mais comuns são dor na área entre as costelas e o quadril (no flanco), febre e perda de peso. De modo não frequente, um câncer de rim é detectado quando um médico sente um aumento ou protuberância no abdômen.
A contagem dos glóbulos vermelhos pode ficar anormalmente alta (policitemia) devido aos altos níveis do hormônio eritropoietina (que é produzido pelo rim doente ou pelo próprio tumor) estimularem a medula óssea a aumentar a produção de glóbulos vermelhos. Os sintomas de uma alta contagem de glóbulos vermelhos podem estar ausentes ou podem incluir cefaleia, fadiga, tontura e distúrbios da visão. Por outro lado, o câncer de rim pode levar a uma queda na contagem dos glóbulos vermelhos (anemia) devido ao sangramento lento na urina. Anatomicamente, pode causar cansaço fácil ou tontura. Algumas pessoas desenvolvem níveis altos de cálcio no sangue (hipercalcemia), que podem causar fraqueza, fadiga, tempos de reação lentos e constipação intestinal. A pressão arterial pode aumentar, mas uma hipertensão arterial pode não causar sintomas.
Diagnóstico
Tomografia computadorizada ou ressonância magnética
Às vezes, cirurgia
A maioria dos cânceres de rim é descoberta por acaso, quando um exame de imagem como tomografia computadorizada (TC) ou ultrassonografia é feita para avaliar outro problema, como pressão arterial alta. Se os médicos suspeitarem de câncer renal com base nos sintomas da pessoa, eles usam a TC ou ressonância magnética (RM) para confirmar o diagnóstico. A ultrassonografia ou urografia intravenosa também pode ser usada inicialmente, mas os médicos devem usar uma TC ou RM para confirmar o diagnóstico.
Se o câncer for diagnosticado, outros exames de imagem (por exemplo, radiografia do tórax, varredura óssea ou TC da cabeça, tórax ou ambos) bem como exames de sangue podem ser feitos para determinar se e para onde o câncer se disseminou. Entretanto, algumas vezes o câncer com metástases recentes não é detectado. Ocasionalmente, é necessária uma cirurgia para confirmar o diagnóstico.
Prognóstico
Muitos fatores afetam o prognóstico, mas a taxa de sobrevida de cinco anos para pessoas com cânceres pequenos confinados ao rim é maior que 90%. Câncer disseminado tem um prognóstico muito pior. Nessas pessoas, frequentemente, a meta é focar no alívio da dor e outros meios para melhorar o conforto (consulte Sintomas durante uma doença fatal). Como ocorre com todas as doenças terminais, o planejamento para as questões terminais (consulte Questões legais e éticas), incluindo a criação de instruções prévias, é essencial.
Tratamento
Cirurgia
Quando o câncer não tiver se propagado além do rim, a extração cirúrgica do rim afetado proporciona uma chance razoável de cura. O médico pode remover apenas o tumor e uma margem do tecido normal circundante, preservando assim uma parte do rim. Embora alguns meios não cirúrgicos de destruir as células cancerosas estejam sendo estudados, a cirurgia é normalmente preferida.
Se o câncer tiver se espalhado para as adjacências como a veia renal ou mesmo a veia grande que transporta o sangue para o coração (veia cava), mas não tiver metástases em linfonodos ou locais distantes, a cirurgia pode ainda propiciar uma chance de cura. No entanto, o câncer de rim tende a se propagar rapidamente, especialmente para os pulmões, algumas vezes antes do surgimento de sintomas. Como o câncer de rim com metástases à distância pode escapar um diagnóstico precoce, a metástase, algumas vezes, se torna aparente somente após os médicos terem removido cirurgicamente todo o câncer de rim que pôde ser encontrado.
Se a cura cirúrgica parecer improvável, outros tratamentos podem ser usados, embora a cura raramente ocorra. O tratamento do câncer, que consiste em aumentar a capacidade do sistema imunológico de destruí-lo, leva à redução de alguns cânceres, podendo assim prolongar a sobrevida (consulte Imunoterapia). Tais tratamentos algumas vezes usados para câncer de rim incluem interleucina-2 e interferon alfa-2b. Outros medicamentos algumas vezes incluem sunitinibe, sorafenibe, cabozantinibe, aximibe, bevacizumabe, pazopanibe, lenvatinibe, tensirolimo e everolimo. Esses medicamentos alteram as vias moleculares que afetam o humor e são, dessa forma, chamados de terapias direcionadas.
Novas imunoterapias, denominadas inibidores dos pontos de controle, bloqueiam a ligação entre uma molécula em células cancerosas chamada PD-L1 e o PD-1 em células T, permitindo que o sistema imunológico ataque o câncer. Pembrolizumabe + aximibe e nivolumabe + ipilimumabe pembrolizumabe são inibidores dos pontos de controle aprovados como tratamento de primeira linha em pacientes bons apresentando risco intermediário/baixo com doença metastática. Outras terapias combinadas usando inibidores dos pontos de controle são, atualmente, um tópico de investigação.
Diversas combinações de interleucinas, talidomida e até mesmo vacinas desenvolvidas a partir das células removidas do câncer de rim também estão sendo investigadas. Esses tratamentos podem ser úteis para o câncer metastático, embora o benefício seja geralmente pequeno. Em casos raros (em menos de 1% das pessoas), a extração do rim afetado faz com que tumores em outras partes do corpo diminuam. Entretanto, a pequena possibilidade de que o tumor vá diminuir não é considerada uma razão suficiente para remover um rim canceroso quando o câncer já desenvolveu metástases, a menos que a remoção faça parte de um plano geral que inclui outros tratamentos direcionados para o câncer disseminado. Em 2017, sunitinibe foi aprovado como uma maneira de prevenir a recorrência do câncer renal após a cirurgia.
Tumores com metástases para os rins
Algumas vezes o câncer em outras áreas do corpo se propaga (cria metástase) para os rins. Exemplos desses cânceres incluem melanoma, câncer de pulmão, mama, estômago, órgãos reprodutores femininos, intestino e pâncreas, leucemia e linfoma.
Essas metástases normalmente não causam sintomas. A metástase é normalmente diagnosticada quando exames são feitos para determinar até onde se propagou o câncer original. O tratamento é normalmente direcionado ao câncer original. Ocasionalmente, se o câncer original for tratado e o tumor no rim estiver crescendo, o tumor no rim é removido.
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