sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Mês de Janeiro é o mês do controle Câncer de Colo de Útero


Existem dois tipos principais de câncer do colo de útero, o carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma. Cerca de 80% a 90% dos cânceres cervicais são carcinomas de células escamosas. 

Durante as 3 últimas décadas os adenocarcinomas cervicais estão se tornando cada vez mais comuns. Esse tipo de câncer de colo do útero se desenvolve a partir das células glandulares produtoras de muco do endocervice. Com menos frequência estão os cânceres do colo do útero que têm características comuns aos carcinomas de células escamosas e aos adenocarcinomas, são os denominados carcinomas adenoescamosos ou carcinomas mistos.

As células normais do colo do útero podem gradualmente desenvolver mudanças pré-cancerosas que se transformam em câncer. Essas mudanças pré-cancerosas podem ser denominadas neoplasia intraepitelial cervical, lesão intraepitelial escamosa e displasia. Estas alterações podem ser detectadas por exames anuais de prevenção (Papanicolaou).

Embora quase todos os cânceres cervicais sejam ou carcinomas de células escamosas ou adenocarcinomas, outros tipos de câncer também pode se desenvolver no útero. Por exemplo,  melanoma, sarcoma, e linfoma, que ocorrem mais frequentemente em outras partes do corpo.

Causas do Câncer de Colo do Útero


Nos últimos anos, os pesquisadores identificaram vários fatores de risco que aumentam as chances de uma mulher ter câncer de colo do útero. 

O desenvolvimento de células humanas normais depende principalmente da informação contida nos cromossomos das células. Os cromossomos são longas sequencias de DNA que é um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todas as células. Normalmente, as pessoas se parecem com seus pais, porque eles são a fonte de seu DNA. Entretanto, o DNA também pode influenciar o risco de desenvolver certas doenças, como alguns tipos de câncer.

Alguns genes contêm instruções para controlar o crescimento e divisão das células. Os genes que promovem a divisão celular são chamados oncogenes. Os genes que retardam a divisão celular ou levam as células a morte no momento certo são chamadas de genes supressores de tumor. Os cânceres podem ser causados ​​por alterações do DNA que se transformam em oncogenes ou desativam os genes supressores de tumor.

O HPV faz com que se produzam as proteínas E6 e E7 que desligam alguns genes supressores de tumores. Isso pode permitir que as células de revestimento do colo do útero cresçam muito e apareçam alterações nos genes adicionais, que em alguns casos, levam ao desenvolvimento do câncer. 

Mas, o  HPV não explica completamente o que causa o câncer de colo do útero. A maioria das mulheres com HPV não têm câncer de colo do útero, e alguns outros fatores de risco, como tabagismo e infecção pelo HIV, tornam as mulheres expostas ao HPV mais propensas ao aparecimento do câncer de colo do útero.

Sinais e Sintomas do Câncer do Colo do Útero


Mulheres com lesões pré-cancerosas ou com câncer de colo do útero em estágio inicial geralmente não apresentam sintomas. Os sintomas muitas vezes não começam até que a doença se torne invasiva e acometa tecidos próximos. Quando isso acontece os sintomas mais comuns são:

  • Sangramento vaginal anormal.
  • Sangramento menstrual mais longo que o habitual
  • Secreção vaginal incomum, com um pouco de sangue.
  • Sangramento após a menopausa.
  • Sangramento após a relação sexual.
  • Dor durante a relação sexual.

Estes sinais e sintomas também podem ser causados por outras condições além do câncer de colo do útero, por exemplo, uma infecção que pode causar dor ou sangramento. Ainda assim, se algum destes sinais ou outros sintomas suspeitos surgirem você deve consultar um ginecologista imediatamente, para que a causa seja identificada e, se necessário, iniciado o tratamento.

Recomenda-se realizar exames de Papanicolaou e pélvicos regularmente a partir do início da atividade sexual.

Principais Dados Estatísticos sobre o Câncer de Colo do Útero


O câncer de colo do útero é um importante problema de saúde pública, segundo as últimas estimativas mundiais para o ano de 2012, o câncer de colo do útero é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres, com 527 mil casos novos. Sua incidência é maior em países menos desenvolvidos quando comparada aos países mais desenvolvidos. Em geral, começa a partir de 30 anos, aumentando seu risco rapidamente até atingir o pico etário entre 50 e 60 anos. Esse câncer foi responsável pelo óbito de 265 mil mulheres em 2012, sendo que 87% desses óbitos ocorreram em países em desenvolvimento. 

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima para 2014 e 2015, que  sejam diagnosticados 15.590
novos casos de câncer de colo do útero no Brasil. O câncer de colo do útero é o mais incidente na região Norte (23,57/ 100 mil). Nas regiões Centro-Oeste (22,19/ 100 mil) e Nordeste (18,79/ 100 mil), é o segundo mais frequente. Na região Sudeste (10,15/100 mil), o quarto e, na região Sul (15,87 /100 mil), o quinto mais frequente, sem considerar os tumores de pele não melanoma.

O tipo histológico mais comum do câncer de colo do útero é o carcinoma de células escamosas, representando cerca de 85% a 90% dos casos, seguido pelo tipo adenocarcinoma. O principal fator de risco para o desenvolvimento de lesões intraepiteliais de alto grau (precursoras do câncer de colo do útero) e do câncer de colo do útero é a infecção pelo papiloma vírus humano (HPV). Contudo, essa infecção, por si só, não representa uma causa suficiente para o surgimento do câncer de colo do útero, faz-se necessária sua persistência.

Perguntas para o Médico sobre o Câncer do Colo de Útero


O diagnóstico do câncer cria muitas dúvidas e inseguranças por isso é importante perguntar todas suas dúvidas o seu médico. 

Algumas sugestões de perguntas a serem feitas ao médico:

  • Com que frequência devo fazer um teste de Papanicolaou?
  • Qual é o meu diagnóstico? O que isso significa?
  • Qual o meu tipo de câncer de colo do útero?
  • Você pode me explicar o laudo do exame de patologia?
  • O câncer se espalhou para além do colo do útero?
  • Qual o estágio da doença? O que isso significa?
  • Quais são minhas opções de tratamento?
  • Qual o tratamento que você recomenda? Por quê?
  • Como é que este tratamento pode afetar a minha vida diária? Será que vou ser capaz de trabalhar, exercer e realizar minhas atividades habituais?
  • Devo parar de ter relações sexuais durante o tratamento?
  • Será que eu serei capaz de retomar a minha vida sexual após o tratamento?
  • Quais os riscos ou efeitos colaterais para o tratamento sugerido?
  • Poderei ter filhos após o tratamento?
  • Quais são minhas opções de tratamento se eu quiser ter filhos no futuro?
  • Quais são as chances da doença recidivar com os programas de tratamento que discutimos?
  • Devo seguir uma dieta especial?
  • Qual o meu prognóstico?
  • O que eu digo aos meus filhos, marido, pais e outros membros da família?
  • Quais exames de acompanhamento devem ser realizados? Qual a frequência desses exames?
  • Devo receber a vacina contra o HPV?

É muito importante perguntar e esclarecer todas suas dúvidas, a informação é um direito seu!

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