terça-feira, 17 de agosto de 2021

 




PUBERDADE PRECOCE
A pandemia do coronavírus tem trazido diversas consequências para a saúde mental de crianças e adolescentes, como mais casos de ansiedade e depressão. Mas um outro aspecto do isolamento social tem chamado a atenção de médicos e merece um olhar mais apurado dos pais: o aumento no número de crianças que vêm apresentando um aceleramento nos sinais da puberdade, ou seja, o processo de maturação sexual do indivíduo. Algumas décadas atrás, uma menina que menstruasse aos 10 anos iria causar espanto. Hoje em dia, esse cenário não é mais anormal. E os sinais da puberdade também têm aparecido mais cedo, o que deixa mães e pais muito preocupados. Essas mudanças vêm acontecendo historicamente principalmente por três motivos: alimentação mais calórica, exposição a produtos químicos e exposição a estímulos visuais inadequados para a idade. Por isso, é importante esclarecer o que é normal, do ponto de vista científico, e o que exige acompanhamento e, dependendo do caso, tratamento.
O que é normal e o que é precoce?
É considerado normal que os primeiros sinais da puberdade apareçam a partir dos oito anos, para as meninas, e a partir dos nove anos, no caso dos meninos. Para elas, esses primeiros sinais são o aparecimento do broto mamário, o "peitinho", e o surgimento de pelos pubianos e/ou axilares. E, para os meninos, os sintomas iniciais da puberdade são o crescimento no tamanho dos testículos e também o aparecimento de pelos pubianos. É importante diferenciar a penugem natural que algumas crianças podem apresentar na região pubiana do pelo da puberdade. Enquanto os primeiros são mais finos e claros, como os pelos do braço, o segundo é mais grosso e escuro, o odor axilar também é um sinal importante. Nas meninas, a primeira menstruação, chamada menarca, costuma vir cerca de dois anos depois do aparecimento desses primeiros sinais. A puberdade é considerada precoce quanto os sintomas surgem antes dos oito anos (ou antes dos nove, no caso dos meninos), ou a menarca surge antes desse intervalo de dois anos. Um alerta: nos meninos muitas vezes é difícil para os pais detectarem o crescimento testicular. Por isso é importante sempre fazer o acompanhamento pediátrico de rotina e, em casos de dúvidas, a consulta com um endocrinologista pediátrico.
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