sábado, 12 de março de 2016

Câncer de Cólorretal


MARÇO É CONSIDERADO O MÊS MUNDIAL PARA A CONSCIENTIZAÇÃO DO CÂNCER DE COLORRETAL (INTESTINO).

O que é o Câncer de Colorretal?
O câncer do intestino grosso, chamado também de câncer de cólon e de reto ou colorretal, é uma doença que atinge frequentemente homens e mulheres no mundo ocidental.


Em sua maioria, o câncer colorretal se desenvolve gradativamente sem apresentar qualquer sintoma por uma alteração nas células que começam a crescer de forma desordenada.



Por esse motivo, a detecção precoce é fundamental. Quanto mais cedo se descobre o câncer, maiores são as chances de cura da doença.
O rastreamento pode detectar o câncer colorretal precocemente, quando ainda a possibilidade de cura é grande. Isso ocorre porque alguns pólipos ou tumores podem ser encontrados e removidos antes de se transformarem em câncer.

Rastreamento
Rastreamento é o processo da detecção de câncer em pessoas sem qualquer sintoma, e pode ser dividido em dois grandes grupos:
Exames que podem detectar a presença de pólipos – São exames que avaliam a estrutura do cólon para detectar as áreas anormais. Os pólipos podem ser retirados antes de se tornarem cancerígenos.
•   Sigmoidoscopia flexível, a cada 5 anos

•   Colonoscopia, a cada 10 anos
•   Enema opaco com duplo contraste, a cada 5 anos
•   Colonoscopia virtual, a cada 5 anos

Exames para detecção de câncer - Exame de fezes para detecção de sinais de câncer. Este exame é menos invasivo e mais fácil de ser feito, mas é menos específico  para detecção de pólipos.
•   Exame de sangue oculto nas fezes, anualmente

•   Imunoquímico fecal, anualmente
•   DNA das fezes, intervalo incerto

Esses testes, assim como outros podem ser utilizados quando as pessoas têm sintomas do aparelho digestivo que podem ser de câncer colorretal ou outras doenças que podem acometer o intestino.

Recomendações
A prevenção do câncer colorretal deve ser uma das principais razões para a realização dos exames. Encontrar e remover pólipos pode evitar que algumas pessoas desenvolvam câncer colorretal. Começando aos 50 anos de idade, homens e mulheres com risco médio para o desenvolvimento de câncer colorretal devem fazer os seguintes rastreamentos:
Em um exame de toque retal, o médico examina o reto com um dedo com luva lubrificada. O toque retal está incluído no exame físico rotineiro, mas, não é recomendado como único exame para detecção do câncer colorretal. Este exame simples e indolor, pode detectar massas no canal anal ou reto inferior. No entanto, não é um bom teste para detecção de câncer colorretal, devido ao alcance limitado.
Se você pertence a um grupo de risco aumentado ou alto para câncer colorretal, você deve iniciar o rastreamento do câncer colorretal antes dos 50 anos.
As condições abaixo definem as pessoas em risco médio:
•   Histórico pessoal de câncer colorretal ou pólipos adenomatosos.

•   Histórico pessoal de doença inflamatória intestinal (colite ulcerosa ou doença de Crohn).
•   Histórico familiar de câncer colorretal ou pólipos.
•   Histórico familiar conhecida de síndrome de câncer colorretal hereditário (polipose adenomatosa familiar) ou não hereditários de câncer de cólon (polipose).


Tratamento
A escolha do tratamento depende principalmente da localização da lesão tumoral no cólon ou reto e do estadiamento da doença. O tratamento da doença poderá incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia e terapia biológica.

Cirurgia
A cirurgia é o tratamento mais frequente para o câncer colorretal, podendo ser realizada utilizando diferentes técnicas:
Colonoscopia - É quando se observa dentro do intestino, retirando-se um pólipo do cólon ou reto durante o exame.
Laparoscopia - É a técnica que introduz pelo abdome instrumentos, com os quais podem ser observadas as estruturas internas do corpo, retirando-se a região onde está localizada a lesão suspeita.
Cirurgia aberta - É quando o cirurgião realiza uma operação, na qual é necessária uma abordagem mais ampla, proporcionando uma melhor visualização das estruturas abdominais. Essa cirurgia é utilizada em casos onde a lesão não pode ser extirpada por outros métodos.
Quando se realiza a cirurgia de retirada da lesão cancerígena também se retira parte do cólon ou reto, e se conectam as partes sadias. Entretanto, algumas vezes não é possível fazer isto. Neste caso, durante a própria cirurgia se cria um caminho novo para a passagem das fezes, denominado estoma. O estoma é uma abertura criada na parede do abdome para se conectar ao extremo do intestino. Essa cirurgia recebe o nome de colostomia. A partir desta cirurgia, as fezes passam a ser armazenadas em uma bolsa coletora que fica sobre o estoma e se adere à pele do abdome.
Para a maioria dos pacientes, o estoma é temporário. Uma vez cicatrizadas as partes do cólon ou reto, um novo procedimento cirúrgico é realizado para conectar as partes do intestino e fechar o estoma. Alguns pacientes, sobre tudo os que têm um tumor na parte inferior do reto, precisam de um estoma permanente.

Quimioterapia
A quimioterapia utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais. Por ser um tratamento sistêmico, a quimioterapia atinge não somente as células cancerígenas como também as células sadias do organismo. De forma geral, a quimioterapia é administrada por via venosa, embora alguns quimioterápicos possam ser administrados por via oral.
Por se tratar de uma terapia sistêmica, a quimioterapia pode provocar alguns efeitos colaterais, tais como: anemia, queda do sistema de defesa imunológico ou alteração na coagulação do sangue, queda de cabelos, náuseas, vômitos, diarréia, dor e vermelhidão nas palmas das mãos e plantas dos pés.
É muito importante que o paciente comunique sempre ao médico qualquer sintoma que apresente e considere fora do normal. Assim, ele poderá definir a necessidade de utilizar ou não medicamentos adicionais para controlar os sintomas.

Radioterapia
É um tipo de tratamento que utiliza raios X de alta energia para destruir as células cancerígenas. A radioterapia pode ser externa, ou seja, quando a fonte de radiação está fora do corpo. O tratamento pode ser efetuado durante várias semanas sendo que, o número de sessões será determinado pelo médico. Outra forma de tratamento radioterápico é a braquiterapia, ou radiação interna, onde é introduzido, por meio de instrumentos específicos, material radioativo próximo à lesão tumoral. Uma vez terminado o tratamento o material é extraído do corpo.
Os efeitos colaterais da radioterapia dependem principalmente da dose de radiação que é administrada e da região do corpo. No caso do cólon e reto pode causar náuseas, vômitos, diarréia, deposições com sangue, moléstias urinárias e alterações na pele da região irradiada.

Terapia Biológica
É um tipo de tratamento no qual o paciente recebe um anticorpo monoclonal. Os anticorpos monoclonais chegam às células cancerígenas interferindo no seu crescimento e na disseminação da doença. Esse procedimento é utilizado em casos avançados da doença.
A terapia biológica pode ser administrada junto à quimioterapia. Por ser também um tratamento sistêmico, a terapia biológica pode ocasionar alguns efeitos colaterais, como: alergia, erupções cutâneas, febre, dor abdominal, vômitos, diarréia, sangramento, problemas respiratórios e alterações na pressão arterial.
Qualquer efeito colateral deve ser comunicado imediatamente ao médico para que seja iniciado um tratamento medicamentoso com o objetivo de minimizar ou evitar o aparecimento de efeitos secundários.

Tratamento do Câncer de Cólon
A maioria dos pacientes com câncer de cólon é tratada cirurgicamente. Em alguns pacientes é utilizada tanto a cirurgia como a quimioterapia. Em casos de doença em estadios avançados se utiliza a terapia biológica.
A radioterapia não é usada como tratamento para o câncer de cólon, entretanto, pode ser utilizada para aliviar a dor e outros sintomas.
A colostomia é necessária em algumas circunstâncias para pacientes portadores de câncer de cólon, mas na maioria das vezes, é temporária.

Tratamento do Câncer de Reto
O tratamento mais frequente para câncer de reto é a cirurgia. Em alguns casos pode-se utilizar a quimioterapia e a radioterapia. A terapia biológica é geralmente utilizada em casos de doença avançada.
A radioterapia pode ser prescrita tanto antes como após a cirurgia. Antes para reduzir o tamanho do tumor e após para destruir as eventuais células remanescentes no local.
A colostomia pode ser necessária em alguns casos: 1 em cada 8 pacientes portadores de câncer de reto precisará de colostomia permanente.

Atualidades no Tratamento
O câncer colorretal é um tipo de câncer relativamente frequente no mundo e no Brasil. O Ministério da Saúde estima aproximadamente 28.000 novos casos no Brasil este ano, sendo que a doença pode afetar tanto homens quanto mulheres. Por tratar-se de um tipo de câncer amplamente curável, desde que diagnosticado precocemente, a mortalidade por câncer colorretal pode ser bastante baixa. No Brasil foram registrados aproximadamente 11500 casos de óbito pela doença em 2007.
Entre os fatores de risco que podem predispor ao aparecimento do câncer colorretal, constam dieta rica em gordura e pobre em vegetais, obesidade e sedentarismo, e uma história de câncer colorretal na família (pais, tios, irmãos). Além disso, sabemos que o câncer colorretal ocorre com maior frequência em pacientes mais velhos, pacientes com as chamadas doenças inflamatórias intestinais e pacientes com número elevado de pólipos no intestino.
A prevenção passa por uma dieta rica em fibras, evitar a obesidade e atentar para possíveis sintomas que possam sugerir algum problema no intestino, levando o paciente a procurar uma investigação. Além disso, considerando a idade como grande fator de risco, diversos países preconizam o rastreamento do câncer colorretal através da realização de colonoscopia de rastreamento a partir dos 50 anos, ou ao menos através da pesquisa de sangue oculto nas fezes (recomendado entre outros pelo Ministério da Saúde no Brasil). A detecção de sangue nas fezes deve levar o paciente a procurar investigação adequada com um clínico, gastroenterologista, proctologista ou cirurgião. Vale ressaltar que a grande maioria dos pacientes que apresentam algum sangramento retal (sangue vivo no papel após evacuação) se deve à presença de hemorróidas, que nada tem a ver com o câncer. Entre os sintomas que podem ocorrer como consequência do câncer colorretal estão o sangramento, anemia, mudanças na frequência e formato das fezes, um excesso de gases e distensão ou desconforto abdominal.
O diagnóstico do câncer é confirmado pela biópsia feita na colonoscopia. Uma vez diagnosticado, o paciente passa por avaliação com exames de sangue e tomografias para avaliar a extenção da doença. Na grande maioria das vezes, o paciente é então operado, com a ressecção de todo o segmento do intestino grosso no meio do qual estava o tumor. São também ressecados um grande número de linfonodos (gânglios) para avaliar se o tumor havia saído do intestino, e em casos de suspeita de alguma lesão à distância, frequentemente é feita uma biópsia adicional da área suspeita. Dependendo da profundidade do tumor na parede do intestino, da presença ou não de doença nos gânglios ou fora do intestino, faz-se necessária a complementação do tratamento cirúrgico com quimioterapia.
Quando se trata de tumores no reto, frequentemente é necessária a incorporação da radioterapia ao tratamento.
Na última década, novos medicamentos mais eficazes para matar células tumorais foram descobertos, o que tem melhorado muito a chance de o paciente não mais ter recidiva da doença e ficar, portanto curado. Mesmo quando a doença já é metastática (está fora do intestino, por exemplo, com um nódulo no fígado), a doença ainda pode ser curada, graças a melhores drogas disponíveis e a melhores técnicas cirúrgicas. Por definição, sempre que a doença é ressecável (operável) ela é potencialmente curável. Para pacientes incuráveis (nos quais a doença não mais é ressecável), dispomos de várias drogas com boa atividade antitumoral, não só quimioterápicos, mas também medicamentos chamados de “terapias-alvo” que alvejam determinadas proteínas das células tumorais e drogas que impedem o crescimento de vasos que iriam nutrir o tumor em crescimento.
Com o uso sequencial destas diversas opções de tratamento, pacientes com doença metastática não ressecável praticamente dobraram o tempo de sobrevida em relação ao que ocorria há 10 anos.
Como ocorre com diversos outros tipos de câncer metastático para os quais se consegue prolongar a sobrevida por alguns anos, estes anos podem significar uma chance para o aparecimento de novas e mais eficientes estratégias de tratamento.


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