Alunos ajudam professora do Rio em luta contra câncer no exterior
Berta Toste sofre de um condrossarcoma, um tumor ósseo.
Estudantes e ex-alunos ajudam a disseminar campanha na internet.
Quando decidiu colocar um post no Facebook para pedir doações em busca do dinheiro para um tratamento de câncer no exterior, a professora Berta Toste não imaginava que seu pedido de auxílio chegaria tão longe e nem atingiria pessoas que conheceu há décadas. Professora de desenho em alguns dos principais colégios do Rio há 20 anos, ela conta com a mobilização de alunos, amigos e até de desconhecidos que se uniram em uma rede de solidariedade para ajudá-la a reunir o dinheiro necessário ao tratamento de um câncer de difícil tratamento no exterior.
O tratamento, que é experimental, tem valor a partir de US$ 180 mil, o equivalente a mais de R$ 540 mil. Mas pode sair bem mais caro. O valor exato só será conhecido a partir de 6 de agosto, quando ela passar por uma consulta de avaliação com os médicos do Moffitt Cancer Center, no estado americano da Flórida. Diante do caso, eles dirão quais são os custos. Os médicos de Berta a apóiam na opção de buscar tratamento no exterior. “Eu conversei com eles e perguntei o que achavam. Os médicos disseram que valeria a pena. Porque o tratamento que eu faço aqui tem uma porcentagem de cura pequena”.
Na luta contra o câncer, Berta encontrou refúgio não somente na família, mas também nos alunos e ex-alunos. Eles logo se dispuseram a ajudar e foram fundamentais para difundir a busca por tratamento de maneira bem contundente. “Os colegas de trabalho sugeriram fazer uma vaquinha na rede social, que eu achei que só fosse chegar aos amigos e aos colegas. Só que foram mais de 15 mil compartilhamentos em quatro dias”.
Em pouco tempo, a rede de solidariedade em torno da professora ganhou a criação de eventos e até de um site que, para demonstrar transparência no processo, mostra quanto a campanha já arrecadou.
“Mesmo sabendo do valor alto, eu recebo mensagens de pessoas que sequer me conhecem e ficaram sensibilizadas. Eu também recebi muitos depoimentos dos alunos. Quando eu coloquei na rede social, eu sugeri que as pessoas, ao compartilharem, me dissessem de onde me conheciam. Porque isso ia mostrar veracidade. Muitas vezes as pessoas olham essas postagens na internet e não sabem se é verdade ou não. E eu recebi depoimentos de muitos alunos dizendo que iam compartilhar, divulgar e até pessoas que não me conhecem, mas que vivenciaram este drama de alguma maneira por um parente ou problema na família. Eu recebo também muitas orações e sugestões de tratamento”, conta a professora.
Alunos se mobilizam
Carolina Macena, que estudou no Colégio Pedro II, é uma das ex-alunas de Berta que tenta espalhar o pedido por ajuda. “Quando eu vi no caso da , Berta no Facebook, isso me tocou. Eu sou atualmente profissional de saúde. Sei qual é a luta dessas pessoas. Eu me sensibilizei muito. Eu me lembro dela como uma professora alegre e cheia de vida, super companheira, gente boa. Acabei me sensibilizando da luta desses pacientes”, conta ela, que atualmente é enfermeira do Hospital Geral de Bonsucesso e do Souza Aguiar.
Carolina Macena, que estudou no Colégio Pedro II, é uma das ex-alunas de Berta que tenta espalhar o pedido por ajuda. “Quando eu vi no caso da , Berta no Facebook, isso me tocou. Eu sou atualmente profissional de saúde. Sei qual é a luta dessas pessoas. Eu me sensibilizei muito. Eu me lembro dela como uma professora alegre e cheia de vida, super companheira, gente boa. Acabei me sensibilizando da luta desses pacientes”, conta ela, que atualmente é enfermeira do Hospital Geral de Bonsucesso e do Souza Aguiar.
Amauri Ferreira, que também foi aluno de Berta, em 1997, soube do estado de saúde da professora por meio de um grupo de Whatsapp dos alunos do colégio. A partir daí, passou a divulgar a causa a todos os seus conhecidos em busca de mais doações que ajudem a custear o tratamento. “Eu me sensibilizei com a causa e estou mandando todas as minhas orações e energias”, conta Amauri.
Yasmin Franceschi, que foi aluna de Berta por três anos, também se mobilizou. Aos 17 anos, ela atualmente estuda em uma escola internacional em Telaviv, em Israel. A distância não foi suficiente para separá-la da luta da professora. “Eu estou tentando divulgar o texto em inglês, para os meus amigos de lá, compartilhando a mensagem e tentando fazer com que chegue à mídia e ao maior número possível de pessoas. Nós estamos tentando mobilizar todo mundo”.
Apesar de pouco tempo no ar, a campanha começa a dar os primeiros resultados. No último domingo (28), a arrecadação de 19 dias havia somado R$ 90 mil, ou seja, 18% da meta. Foram, até o momento, 859 doações. Mesmo assim, ainda é pouco para chegar a meta de R$ 500 mil.
Apesar de pouco tempo no ar, a campanha começa a dar os primeiros resultados. No último domingo (28), a arrecadação de 19 dias havia somado R$ 90 mil, ou seja, 18% da meta. Foram, até o momento, 859 doações. Mesmo assim, ainda é pouco para chegar a meta de R$ 500 mil.
Tratamento nos EUA
Em 2014, Berta recebeu o diagnóstico de um tumor de 11 centímetros na cavidade pélvica, descoberto após a reclamação de um incômodo em uma consulta ginecológica de rotina. Após uma cirurgia para retirar o problema, as análises patológicas e imunohistoquímicas do material deram o diagnóstico: tratava-se de um condrossarcoma, um tumor ósseo que costuma avançar rapidamente pelo organismo.
Em 2014, Berta recebeu o diagnóstico de um tumor de 11 centímetros na cavidade pélvica, descoberto após a reclamação de um incômodo em uma consulta ginecológica de rotina. Após uma cirurgia para retirar o problema, as análises patológicas e imunohistoquímicas do material deram o diagnóstico: tratava-se de um condrossarcoma, um tumor ósseo que costuma avançar rapidamente pelo organismo.
Pouco tempo depois, um exame revelou que havia nódulos também nos pulmões, com metástase. Como não podiam ser retirados com cirugia, a solução seria passar por sessões de quimioterapia, com efeitos devastadores no organismo. “Foram três ciclos de três dias seguidos. Depois eu descansava 21 dias. Eu vomitei muito, enjoei muito. Ficava uma semana de cama. Era uma rotina bem complicada”, conta Berta.
Só que o protocolo de tratamento não costuma ter uma porcentagem de recuperação muito alta. Buscando alternativas para uma cura efetiva, o marido da professora encontrou uma esperança. “Vendo a dificuldade da quimioterapia, o sofrimento e tudo, meu marido ficou sabendo de uma pessoa que tinha feito o tratamento neste hospital, na Flórida, e a gente começou a correr atrás disso. Entramos em contato e conseguimos marcar a consulta. Mas o tratamento de quimioterapia é caro. A gente não tem noção porque geralmente é o SUS ou os planos de saúde que pagam. E lá tem que pagar todo o custo”.
Enquanto o valor não é arrecadado, a luta de Berta pela vida segue em frente e ela reúne os exames que precisa levar aos EUA. E seus alunos seguem no firme propósito de fazer com que a internet torne o tratamento que pode curá-la uma realidade. A ex-aluna Yasmin resume o sentimento dos engajados na campanha.
“A internet não é só lugar de entretenimento. Também pode ser uma rede de solidariedade. Existem pessoas e causas que são legítimas. Quando realmente há uma possibilidade de solução, é importante usar o impacto dessas redes para isso. A professora não é um caso perdido. Ela só precisa contar com a solidariedade das pessoas”.
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