sexta-feira, 3 de julho de 2015

BORTEZOMIBE NO TRATAMENTO DO MIELOMA MÚLTIPLO


Imagem ilustrativa capítulo 72.O QUE É?
Bortezomibe é um medicamento anticâncer citotóxico (mata as células) que impede o crescimento e promove a morte das células tumorais. Sua principal indicação é o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem disponível para o tratamento do mieloma múltiplo recidivado ou refratário: dexametasona, talidomida, melfalana, prednisona, doxorrubicina e vincristina, além do transplante autólogo de medula óssea. O bortezomibe não é fornecido pelo SUS e apresenta alto custo (R$ 100.000 a 145.000 por paciente).
PARA QUE SERVE?
Mieloma múltiplo é um câncer que se desenvolve na medula óssea, devido ao crescimento descontrolado de células do plasma do sangue. Embora seja mais comum em pacientes idosos, há cada vez mais jovens desenvolvendo a doença.

Acomete a coluna vertebral, costelas e crânio, formando tumores e produzindo grande quantidade de anticorpos anormais. É a segunda neoplasia do sangue mais frequente. No Brasil, sua incidência é desconhecida, principalmente porque não está contemplada nas estimativas anuais do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
PERGUNTA
O bortezomibe é efetivo e seguro para o tratamento do mieloma múltiplo? Apresenta vantagens se comparado aos Medicamentos já incorporados no SUS?
EVIDÊNCIA
A busca de evidências localizou várias revisões sistemáticas* de alta qualidade metodológica. Os resultados sugerem que apesar de existirem evidências que o bortezomibe pode ser eficaz no tratamento do mieloma múltiplo, não há evidências de sua superioridade se comparado às outras opções terapêuticas mais custo efetivas e já incorporadas no SUS.
* A Revisão Sistemática de literatura é considerada atualmente o melhor método de pesquisa para o conhecimento das evidências científicas disponíveis no momento para responder questões na área de saúde. Trata-se de um estudo que avalia e sintetiza estudos primários (pesquisas originais) publicados, com métodos claros, específicos e reprodutíveis.
CONCLUSÃO
Apesar da eficácia, por não ser comprovadamente superior aos outros medicamentos, a indicação do bortezomibe deve se restringir somente nos casos em que o paciente apresente contra indicação ou intolerância aos tratamentos convencionais disponíveis.

Referências
  Ludwig H, Durie BG, McCarthy P, Palumbo A, San Miguel J, Barlogie B, Morgan G, Sonneveld P, Spencer A, Andersen KC, Facon T, Stewart KA, Einsele H, Mateos MV, Wijermans P, Waage A, Beksac M, Richardson PG, Hulin C, Niesvizky R, Lokhorst H, Landgren O, Bergsagel PL, Orlowski R, Hinke A, Cavo M, Attal M; International Myeloma Working Group.IMWG consensus on maintenance therapy in multiple myeloma. Blood. 2012 Mar 29;119(13):3003-15. Epub 2012 Jan 23

  Palumbo A, Sezer O, Kyle R, Miguel JS, Orlowski RZ, Moreau P, Niesvizky R, Morgan G, Comenzo R, Sonneveld P, Kumar S, Hajek R, Giralt S, Bringhen S, Anderson KC, Richardson PG, Cavo M, Davies F, Bladé J, Einsele H, Dimopoulos MA, Spencer A, Dispenzieri A, Reiman T, Shimizu K, Lee JH, Attal M, Boccadoro M, Mateos M, Chen W, Ludwig H, Joshua D, Chim J, Hungria V, Turesson I, Durie BG, Lonial S; IMWG. International Myeloma Working Group guidelines for the management of multiple myeloma patients ineligible for standard high-dose chemotherapy with autologous stem cell transplantation. Leukemia. 2009 Oct;23(10):1716-30. Epub 2009 Jun 4

  Picot J, Cooper K, Bryant J, Clegg AJ. The clinical effectiveness and cost-effectiveness of bortezomib and thalidomide in combination regimens with an alkylating agent and a corticosteroid for the first-line treatment of multiple myeloma: a systematic review and economic evaluation. Health Technol Assess. 2011 Dec;15(41):1-204. Review.

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